terça-feira, 28 de novembro de 2017

A entrar no espírito natalício a ouvir a nova música dos Pentatonix


domingo, 26 de novembro de 2017

Tempo de Natal / Christmastime is here

s.id.

Carol singing, church bells ringing,
Once more Christmastime is here.
Children laughing, grownups beaming,
Hearts are warm with Christmas cheer.



Ruby Lee Mitchell

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

"Os livros, esses animais sem pernas...": uma citação de José Luís Peixoto





"Os livros, esses animais sem pernas, mas com olhar, observam-nos mansos desde as prateleiras. Nós esquecemo-nos deles, habituamo-nos ao seu silêncio, mas eles não se esquecem de nós, não fazem uma pausa mínima na sua vigia, sentinelas até daquilo que não se vê. Desde as estantes ou pousados sem ordem sobre a mesa, os livros conseguem distinguir o que somos sem qualquer expressão porque eles sabem, eles existem sobretudo nesse nível transparente, nessa dimensão sussurrada. Os livros sabem mais do que nós mas, sem defesa, estão à nossa mercê. Podemos atirá-los à parede, podemos atirá-los ao ar, folhas a restolhar, ar, ar, e vê-los cair, duros e sérios, no chão.

(...) Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas".



José Luís Peixoto, "Abraço"

Via Canto do Livro

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Poema de Outono / Autumn



Quero apenas cinco coisas…
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono

A terceira é o grave inverno

Em quarto lugar o verão

A quinta coisa são teus olhos

Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

sábado, 2 de setembro de 2017

Citação literária de Setembro / September literary quote




"That old September feeling, left over from school days, of summer passing, vacation nearly done, obligations gathering, books and football in the air ... Another fall, another turned page: there was something of jubilee in that annual autumnal beginning, as if last year's mistakes had been wiped clean by summer."

Wallace Stegner (Angle of Repose)

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Há um atlas para descobrir as paisagens portuguesas que vêm nos livros


Artigo de CRISTIANA FARIA MOREIRA para o jornal Público, em 16 de agosto de 2017:

A base de dados do atlas reúne quase 7 mil excertos recolhidos por "leitores de paisagens literárias", em mais de 350 obras, de 170 escritores, do século XIX aos dias de hoje. Mas ainda "há tudo por fazer".

"Hoje à tarde, quando visitava as penedias do Sirol — uma maravilha que a erosão das águas ali fez — e pasmava diante de uma inacreditável fachada românica natural, o bandido de um moleiro, a quem perguntei se aquilo não lhe dizia nada lá por dentro, respondeu-me tal e qual:

— Para quem nunca viu pedras..."

Conhecemos os nossos arredores, acostumamo-nos à paisagem que vemos todos os dias. E caímos no erro do moleiro que Miguel Torga escreveu num dos volumes do Diário, na entrada Leiria, 25 de Novembro de 1940, que se encerra na cegueira do quotidiano e não consegue olhar à volta e apreciar os elementos naturais e culturais que lhe compõe o dia-a-dia. Falta-nos, muitas vezes, encontrar-lhes um "significado", diz Ana Isabel Queiroz, a investigadora que coordena um projecto de investigação que quis criar uma espécie de atlas que nos permite calcorrear Portugal de Norte a Sul, guiados por escritores que pararam para observar a paisagem e que depois a escreveram.

Nascido para "valorizar a literatura e o território", as palavras e as paisagens, o património natural e cultural, como “elementos-chave das identidades locais e regionais”, o Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental funciona como um repositório de excertos literários de obras do século XIX até à actualidade. São compilados e classificados numa imensa base de dados, construída a muitas mãos, que agrega descrições de paisagens e as georreferencia de maneira a que se possa viajar pelo território e pela literatura ao mesmo tempo.

De que forma é que a literatura pode contar a história de um lugar, de uma rua, de uma aldeia, de uma cidade? "A literatura, o texto, é uma representação daquele território e ao lê-lo através daquela descrição, estamos a conferir-lhe significado. Estamos a dar-lhe a profundidade histórica, social, política, económica, humana. Deixa de ser um espaço sem sentido para ser um espaço com significado", explica a investigadora ao PÚBLICO.

Vamos então para a sala de visitas da capital, a Praça do Comércio, guiados por Hans Christian Andersen em Uma Visita em Portugal em 1866 e seguimos pela "larga Rua do Ouro. Aí estão os ourives, em lojas umas atrás das outras, exibindo correntes de ouro, condecorações e outros esplendores. Por esta rua se vai à maior praça da cidade, a Praça do Comércio, que se prolonga até à margem pavimentada do Tejo, onde estão os barcos ancorados. Em ambos os lados se ergue a cidade em forma de terraços sobre colinas de considerável altura".

No atlas podemos ainda viajar para Norte para o Porto de Maria Angelina e Raul Brandão, em Portugal Pequenino, "se não a mais bela, a mais pitoresca" cidade do mundo. Pelo meio do "nevoeiro que sobe, ascende" e "atropela tudo", com aqueles “bairros à beira rio” que fazem “uma cidade de sonho”, subimos "aquelas ruas íngremes", como "a dos Clérigos, com um grande dedo apontado para o céu".

E damos um pulo a Trás-os-Montes, onde podemos adivinhar que ali vamos encontrar um famoso trasmontano que é a voz de uma terra e de um povo, Miguel Torga, ou à região vizinha, a que Camilo Castelo Branco dedicou as suas oito Novelas do Minho. E não podia faltar o contributo de Eça de Queirós que em A Cidade e as Serras um dia trouxe Jacinto da sempre frenética Paris à pacata aldeia de Tormes, no Douro, onde havia de chegar à "pequenina estação", que apareceu "clara e simples, à beira do rio, entre rochas, com os seus vistosos girassóis enchendo um jardinzinho breve, e duas altas figueiras assombreando o pátio, e por trás a serra coberta de velho e denso arvoredo".

Hoje, ainda desembarcam passageiros em Tormes, alguns em peregrinação literária à Casa-museu de Eça. Coisa dos tempos, esta peregrinação pode ser hoje feita sem sair de casa, através de uma aplicação, "que não funciona maravilhosamente", admite Ana, mas que nos permite percorrer Portugal (quase) de lés-a-lés, guiados por escritores, obras e temas ou saltando de concelho em concelho.


Tormes, descrito por Eça em A Cidade e as Serras


Sete anos depois do início deste projecto de investigação, desenvolvido em conjunto com o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de História Contemporânea, a Fabula Urbis e a Fundação Eça de Queiroz, são quase sete mil excertos recolhidos por investigadores e por outros “leitores de paisagens literárias”, depois da leitura de mais de 350 obras de mais de 170 escritores, do século XIX aos dias de hoje. Mas ainda “há tudo por fazer” num mapa que ainda tem muito país por preencher.


"Os lugares são como as pessoas, têm que amadurecer"

Já percebemos que Miguel Torga, Camilo Castelo Branco ou Eça de Queirós são alguns dos escritores clássicos presentes nos habituais roteiros literários. Mas, porque esta base de dados se vai fazendo "pelo gosto dos cidadãos", muitos dos autores escolhidos fogem ao rol dos clássicos, permitindo contar as histórias dos espaços a partir de outras vozes.



O Cais das Colunas, na zona Ribeirinha de Lisboa, descrita por Lobo Antunes em As Naus.


Até porque cada autor tem a sua própria "geografia literária". Por exemplo, de António Lobo Antunes, há 213 excertos na zona de Lisboa. "As obras que temos do Lobo Antunes desenham o seu mapa literário. Nota-se que está mais concentrado em Lisboa, mas tem uma geografia própria" que vai além do espaço físico e espelha uma realidade social, política, económica, uma vivência ora mais urbana, ora mais rural, explica Ana Isabel Queiroz. Por isso, quis estudar a evolução da paisagem lisboeta e acabou a estudar 35 romances, desde o século XIX até à actualidade, que retratam a capital.

"Olhámos para todos da mesma forma, como se aquelas obras fossem todas uma, não sobre as palavras que usaram, mas sobre o espaço da cidade de Lisboa que utilizaram. E concluímos que os escritores do século XIX não retrataram a cidade da mesma maneira que os escritores da actualidade. Claro que já estávamos à espera que isso acontecesse. Mas não sabíamos quais eram as diferenças”, explica.

Dividiram os livros em quatro períodos: Monarquia, I República, Estado Novo e Democracia. Cartografaram todos os pontos que estavam dentro do romance e uniram-nos. "Chamamos a isto o espaço literário do livro", diz. E perceberam que no período da Monarquia o espaço comum é muito concentrado no centro da cidade, nas zonas do Chiado e Rossio, na República expande-se do centro, no Estado Novo volta a concentrar-se e já em Democracia volta a ser mais alargado.

"Aquilo que é a representação que mais escritores fazem vai-se ampliando. A noção de cidade vai aumentando”, nota. O imaginário da cidade na Democracia já não está confinado a esta "cidadezinha do século XIX". Mas, ressalva, que "apesar de a cidade ter aumentado, a parte literária não acompanhou esse crescimento". Porquê?

Porque há "uma espécie de tempo de espera" até que um espaço entre na cidade. "Há algum escritor a escrever agora sobre a Alta de Lisboa? Ainda não, porque aquilo ainda é considerado um subúrbio, um arredor, ainda não há histórias". E os lugares também precisam de um tempo de vivência. "Os lugares são como as pessoas, têm que amadurecer".


"Não deixamos de ter escritores a escrever paisagens literárias"

Este projecto de investigação tem vivido da divulgação, diz Ana Isabel Queiroz. Por isso, as leituras têm vindo para a rua ter com os leitores em percursos literários que começaram em 2012, com o propósito de pôr a literatura e contar a história da cidade. O último roteiro literário foi centrado no coração de Lisboa – do Chiado ao Marquês de Pombal - para marcar a abertura da Feira do Livro, em Junho passado.


Link



sexta-feira, 2 de junho de 2017

Esta é uma música de mim para os meus filhos / This music is from me to my kids

Vejo os meus filhos a crescer, a ganharem autonomia...a mais velha já tem 17 anos...
Depois lembro-me do que fiz os meus pais passarem quando era adolescente tardia e jovem adulta (o meu pai não conseguia dormir enquanto eu e a minha irmã não chegássemos a casa, normalmente de madrugada) e penso que está quase a chegar a minha vez de os deixar ir, de os libertar e sofrer ansiosa na espera  de que cheguem a casa, a temer por eles...a só desejar que eles estejam bem e sejam felizes. Ansiosa por uma mensagem, um telefonema. 
O amor é agora o mesmo que senti quando os segurei pela primeira vez nos braços, quando nasceram. Talvez maior ainda porque os conheço agora do direito e do avesso, sei os seus gostos e os seus medos, o seu riso e a sua voz, os seus beijos e abraços, o seu caminho desde os primeiros passos às conquistas e descobertas que os têm definido  e desenvolvido como pessoas...Ser mãe é o melhor da vida e o mais difícil.

Cada vez que oiço esta música, normalmente no carro, enquanto os levo à escola,  penso que poderia ter sido escrita por mim para os meus filhos. Com muito amor.



James Arthur - Safe Inside


I remember when you were all mine
Watched you changing in front of my eyes
What can I say
Now that I'm not the fire in the cold
Now that I'm not the hand that you hold
As you're walking away


Will you call me to tell me you're alright
Cause I worry about you the whole night
Don't repeat my mistakes
I won't sleep 'til you're safe inside
If you're home I just hope that you're sober
Is it time to let go now you're older
Don't leave me this way
I won't sleep 'til you're safe inside


Everyone has to find their own way
And I'm sure things will work out okay
I wish that was the truth
All we know is the sun will rise
Thank your lucky stars that you're alive
It's a beautiful life


Will you call me to tell me you're alright
Cause I worry about you the whole night
Don't repeat my mistakes
I won't sleep 'til you're safe inside
If you're home I just hope that you're sober
Is it time to let go now you're older
Don't leave me this way
I won't sleep 'til you're safe inside


If you make the same mistakes
I will love you either way
All I know is that I can't live without you
There is nothing I can say
That will change you anyway
Darling, I could never live without you
I can't live, I can't live


Will you call me to tell me you're alright
Cause I worry about you the whole night
Don't make my mistakes
I won't sleep, I won't sleep
If you're home I just hope that you're sober
Is it time to let go now you're older
Don't leave me this way
I won't sleep 'til you're safe inside


Will you call me to tell me you're alright
Cause I worry about you

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