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segunda-feira, 23 de abril de 2018

Ilustração comemorativa do Dia Mundial do Livro / An illustration for World Book Day

quarta-feira, 21 de março de 2018

Dia Mundial da Poesia: um poema "sobre um poema"


"Escrever com o coração", Fernando Vicente



Sobre um Poema



Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.


Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.


E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne.




Herberto Helder

Fonte: Citador

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Um poema de amor de Fernando Pessoa para o Dia dos Namorados

Fernando Vicente



O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Lisbeth Salander ilustrada por Fernando Vicente / Lisbeth Salander illustrated by Fernando Vicente


Lisbeth Salander, protagonista da triologia Millenium escrita por Stieg Larsson, está aqui brilhantemente ilustrada por Fernando Vicente. Se ainda não conhece esta personagem não sabe o que perde. Mas precisa de ter algum estômago porque a sua história não é pêra doce!

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela (1918-2013), o heroí do fim do apartheid





Nelson Mandela (1918-2013) libertou uma nação à custa da sua própria liberdade. A África do Sul, tem muito que agradecer a Mandela. E nós também: afinal o apartheid era uma vergonha global.



terça-feira, 25 de junho de 2013

Os rituais diários de grandes escritores / Daily Rituals: How Artists Work





Os rituais diários de grandes escritores
O que os hábitos e manias de autores de sucesso nos ensinam sobre produtividade

Por Danilo Venticinque


"Uma das fórmulas mais eficientes para se tornar improdutivo é passar o dia lendo sobre produtividade. A internet e as prateleiras de autoajuda estão cheias de textos que querem nos ensinar a trabalhar melhor. Seus conselhos muitas vezes se contradizem. Compará-los é uma tarefa para várias tardes ociosas, que poderiam ser aproveitadas de outras formas — trabalhando, por exemplo.

(...)

Talvez por duvidar dos mercadores da produtividade, o escritor americano Mason Currey buscou inspiração noutro tipo de guru. Obcecado pela rotina diária de grandes artistas, ele decidiu reunir informações sobre seus métodos de trabalho. O resultado da pesquisa está no livro Daily rituals (Knopf, 304 páginas), recém-lançado nos Estados Unidos. "Quase todos os dias da semana, por um ano e meio, eu acordei às 5h30 da manhã, escovei os dentes, tomei uma xícara de café e me sentei para escrever sobre como as mentes mais brilhantes dos últimos quatro séculos se dedicavam a essa mesma tarefa — encontrar tempo para fazer seu melhor trabalho e organizar seus horários para trabalhar de forma produtiva e criativa." O resultado é um simpático almanaque biográfico, com detalhes mundanos sobre 161 mentes geniais, e um guia de produtividade capaz de consumir alguns dias de preguiça".

Leia na íntegra AQUI.







Um livro que fica na calha para leitura futura, Daily rituals, onde o americano Mason Currey descreve os hábitos de trabalho de 161 artistas. Não sei se para bem da minha produtividade ou do meu  ócio.

domingo, 13 de novembro de 2011

A leitora do Financial Times...nua / Naked woman reading the Financial Times


A cultura dos povos por Agostinho da Silva




"Os povos serão cultos na medida em que entre eles crescer o número dos que se negam a aceitar qualquer benefício dos que podem; dos que se mantêm sempre vigilantes em defesa dos oprimidos não porque tenham este ou aquele credo político, mas por isso mesmo, porque são oprimidos e neles se quebram as leis da Humanidade e da razão; dos que se levantam, sinceros e corajosos, ante as ordens injustas, não também porque saem de um dos campos em luta, mas por serem injustas; dos que acima de tudo defendem o direito de pensar e de ser digno".

Agostinho da Silva, in 'Diário de Alcestes'

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Se no tempo de Fernando Pessoa houvesse Facebook...




As múltiplas referências literárias poderão não ser totalmente apreendidas por todos mas este texto está genial. Para verdadeiros fãs de Fernando Pessoa. :)

"Se no tempo de Fernando Pessoa houvesse Facebook, então é que a arca nunca mais acabava. E os pessoanos estudariam cada like, com afinco, procurando as motivações literárias e as personalidades escondidas naquele gesto espontâneo. E as partilhas. Talvez aquela Oração que circula por aí, da Banda Mais Bonita da Cidade, lhe despertasse os sentidos, ou pelo menos a um dos heterónimos. Ai, se a equipa do Mark Zuckerberg descobrisse os heterónimos iria logo classificá-los como perfis falsos, e lá se ia o mural do Álvaro de Campos. Talvez não dessem por nada. E só anos mais tarde os pessoanos mais aplicados encontrariam um perfil falso sem amigo nenhum, mas pessoanamente genial.



Sim, o Álvaro de Campos seria o mais torrencial. Partilhas em catadupa, remissões para o blogue, momentos de grande euforia e habilidade informática. O Ricardo Reis publicaria, rigorosamente, um post por dia, e só aceitaria amizade de pessoas com quem privasse. O Alberto Caeiro não seria informaticamente dotado, mas até acharia graça à coisa. O Bernardo Soares gostaria mais do Twitter. Nenhum deles teria cinco mil amigos, nem mesmo o Fernando Pessoa ortónimo , sobretudo por uma questão de timidez, apesar de passar demasiado tempo no chat com Ofélia. Todos os posts de amor são ridículos.

Imagine-se o manancial de informação arquivado. As publicações do mural. O Almada Negreiros seria um dos mais fervorosos frequentadores, com considerações e discussões acesas. Até ao dia, claro está, em que via a conta bloqueada, por denúncia de Júlio Dantas, que considerou aquela história do "Pim!" indecorosa e imoral o seu mural.

Quando inventaram a revista Orpheu criariam um evento, a que poucos amigos ligaram. Mas eles insistiram muito. Até criaram um site onde publicavam apenas parte dos conteúdos... Quem quisesse ler o resto que comprasse a revista. Contudo, o volume três teria apenas sairia em edição digital, com grafismo do Almada e ciberarte do Amadeo.

Todos choraram muito a Morte de Mário de Sá-Carneiro. De Paris, ele já tinha colocado uns posts que sugeriam a depressão, mas ninguém poderia esperar aquilo. O Mural encheu-se de comoventes mensagens de despedida. Alguns até lhe dedicariam poemas.

Quando Fernando Pessoa morreu, misteriosamente, Ricardo Reis continuou ativo, a publicar os seus posts diários. Quem descobriu isso foi esse tal de Saramago, que o matou anos mais tarde".

Manuel Halpern em Homem do Leme

sexta-feira, 10 de junho de 2011

"O humor é quase sempre a raiva maquilhada"




"Humor is almost always anger with its make-up on."

Stephen King, Bag of Bones

"O humor é quase sempre a raiva maquilhada".

A tradução é minha...se calhar tenho mais raiva do que penso porque gosto quase sempre de recorrer ao humor para me rir da vida e sobretudo de mim.

domingo, 5 de junho de 2011

O medo de ficar com o coração partido / Afraid of getting a heart broken




You say that you love rain, but you open your umbrella when it rains. You say that you love the sun, but you find a shadow spot when the sun shines. You say that you love the wind, but you close your windows when wind blows. This is why I am afraid, you say that you love me too.

William Shakespeare

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O princípio para os principiantes / The Beginner’s Beginning



“Nobody tells this to people who are beginners, I wish someone told me. All of us who do creative work, we get into it because we have good taste. But there is this gap. For the first couple years you make stuff, it’s just not that good. It’s trying to be good, it has potential, but it’s not. But your taste, the thing that got you into the game, is still killer. And your taste is why your work disappoints you. A lot of people never get past this phase, they quit. Most people I know who do interesting, creative work went through years of this. We know our work doesn’t have this special thing that we want it to have. We all go through this. And if you are just starting out or you are still in this phase, you gotta know its normal and the most important thing you can do is do a lot of work. Put yourself on a deadline so that every week you will finish one story. It is only by going through a volume of work that you will close that gap, and your work will be as good as your ambitions. And I took longer to figure out how to do this than anyone I’ve ever met. It’s gonna take awhile. It’s normal to take awhile. You’ve just gotta fight your way through.”

Ira Glass
 
 
Via Fashion Copious

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A escrita enquanto acto religioso / Writing is a religious act




Writing is a religious act: it is an ordering, a reforming, a relearning and reloving of people and the world as they are and as they might be.



People read it: react to it as to a person, a philosophy, a religion, a flower: they like it, or do not. It helps them, or it does not. It feels to intensify living: you give more, probe, ask, look, learn and shape this: you get more monsters, answers, color and form, knowledge.
 
The Unabridged Journals of Sylvia Plath

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